quinta-feira, 4 de fevereiro de 2016






Lembranças...


criança pequena
ia brincar onde
jorrava água pura
vinda da serra, cristalina

cresci enquanto
os adultos
faziam eventos

invadiam a natureza
e a despiam dos verdes
expondo-a  ao sol

a cidade se apossou
da serra
desabrigou a mata

a fonte se perdeu
sem árvores
definhou, secou

agora não mais
as aves se alegram
a borboleta se foi

de fato encontrei
umas branquinhas,
perderam as cores

penso que o sol
as despintou
jazem agora sem abrigo

e, foram embora
as canções da natureza,
as buzinas martirizam

os ouvidos surdos
das árvores, às margens
do asfalto quente.

a água antes
pura e cristalina
descem tingidas,

da evolução humana,
são fétidas e tristes
aprendi pular poças

não há lua
se narcisando
na lama

e, sinto um aperto
e bastante lembro
da fonte...



quarta-feira, 4 de novembro de 2015




Flashes

Tem fundo absinto as memórias
Elas se escondem em gavetas
 células de cosmos invisíveis
De quando em quando a lembrança
Traça brechas na realidade
E atravessam por elas um clarão
E a luz faz os olhos fugir
Sim os olhos pegam distância
Enquanto a alma se abastece
Com doses de saudade...

sexta-feira, 30 de outubro de 2015

Tenho aqui uma pretensão, não sei se vou conseguir, mas vamos lá!


Penso muito na saudade e nela percebo sofrimento, angústia, sensação de vazio. E, por estes dias, notei que o que mais dói é compreender que há saudades enraizadas na certeza da ausência completa. Sentimento que nos retalha e faz as lágrimas escorrerem pelas faces, sem controle. 
Há saudades doces feito uma brisa nos acariciando a face, ela vem e traz um sorriso singelo nos lábios e aquela sensação de um momento agradável que vivemos. Então é isso, vamos falar da saudade e da ausência e às vezes das duas misturadas.